segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Absinto

Fiquei fascinado com este texto.

"História
O Absinto é uma bebida de história controvertida e passado romântico. Foi consumida e divulgada por grandes artistas do século XIX e XX como Paul Verlaine, Van Gogh, Henri de Toulouse-Lautrec, Monet, Gauguin, Degas, Rimbaud, Oscar Wilde e Ernest Hemingway, que estavam entre seus mais ardorosos fãs. Teve sua maior popularidade durante o final do século XIX, na época mais boêmia de Paris, quando o absinto era parte inseparável da vida artística e inspirou muitas pinturas e obras literárias. Naquela época acreditava-se que o absinto era grande afrodisíaco e potencializador da criatividade.

O Que é Absinto?

O Absinto é o nome abreviado da planta Artemisia absinthium, largamente usada na culinária e na farmácia desde a antiguidade, devido às suas benéficas funções digestivas. A bebida absinto é um destilado alcoólico das folhas e da parte superior de Artemisia absinthium e de outras plantas e ervas para aprimorar seu sabor, tais como o anis, funcho e hissopo.

Quem já provou um chá de losna conhece a principal característica desta planta: o sabor amargo. E dizem que essa característica foi até citada num provérbio de Salomão que teria declarado: "a infidelidade, ainda que possa ser excitante e doce no seu início, costuma ter um fim amargo como a losna".

Na Grécia Antiga esta planta era dedicada à Ártemis, deusa da fecundidade e da caça. Daí a origem de seu nome científico. Popularmente, a losna também é conhecida como absinto, erva-do-fel, alenjo, erva-de-santa-margarida, sintro e erva-dos-vermes. As propriedades aperitivas (estimulante do apetite), vermífugas e estomacais explicam o uso da planta no preparo do vermute e do licor de absinto, entretanto, vale lembrar que a presença de uma substância tóxica - a tuinona - pode produzir efeitos altamente perigosos. Em doses elevadas, os chás e outros preparados a partir desta planta podem provocar tremores, convulsões, tonturas e até delírios. No século XIX, registrou-se vários casos de intoxicações e até mortes provocadas pelo uso de um licor obtido pela maceração do absinto em álcool. Na maior parte das vezes, o licor de absinto era usado como alucinógeno e não com finalidades medicinais.


A "fada verde"

O licor de absinto era muito apreciado por famosos poetas e artistas como Van Gogh, Rimbaud, Baudelaire e Toulouse-Lautrec, entre outros. Ao que tudo indica, aquele destilado de ervas cor verde-esmeralda, também chamado de "fada verde", seria o responsável pelo comportamento bizarro de Van Gogh. E, recentemente, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA, identificaram nas substâncias presentes nos destilados preparados com losna ou absinto, propriedades capazes de causar convulsões, alucinações, surtos psicóticos; dependendo da dosagem. Além disso, os estudos demonstraram que o uso crônico pode provocar danos neurológicos permanentes.
A combinação entre a dosagem de álcool e as substâncias presentes nesta planta pode ser perigosa e, por essa razão, a maioria dos especialistas costuma recomendar o uso da losna ou absinto na forma de infusão (no máximo duas xícaras de chá ao dia) e evitar a extração do sumo por maceração.

Um consumo prolongado, sobretudo de bebidas alcoólicas à base de absinto, provoca habituação que se manifesta por cãibras, perdas de conhecimento e mesmo perturbações nervosas irreparáveis. -
Nós sabemos...

Thujone

O thujone é o princípio ativo presente na planta Artemisia absinthium. Também encontra-se thujone em grandes quantidades na sálvia e no estragão, utilizados diariamente na culinária. No século XIX, o absinto era produzido sem nenhum controle sobre a quantidade de thujone presente na bebida. O nível de thujone chegava a incríveis 250mg em cada quilo de bebida engarrafada. Suspeita-se que tamanha quantidade de thujone seria causadora de alucinações nos apreciadores do absinto.

Álcool

O Absinto é hoje consumido na Europa em teores alcoólicos que variam de 50% até 85% de álcool por volume. O limite estabelecido pelo Ministério da Agricultura do Brasil para comercialização de bebidas alcoólicas no país é de 54% alc/vol, e é esta a graduação alcoólica do Absinto.

Veja na tabela os teores alcoólicos de bebidas encontradas facilmente no mercado.

Vodka - 40% - 50%
Scotch - 43%
Tequila - 40%
Agua Ardente38% - 49%
Licor Goldschlager - 53,5%


O Absinto é hoje consumido na Europa em teores alcoólicos que variam de 50% até 85% de álcool por volume.

A pesquisa é a primeira a mostrar como o principal componente tóxico do licor (que não é o álcool) causa o dano. O componente químico, alfa-tuiona, tem uma espécie de efeito negativo duplo sobre o cérebro. Ele bloqueia um receptor que já foi ligado a uma forma de epilepsia. Em condições normais, esse receptor inibe a excitação das células do cérebro, regulando o fluxo de íons (átomos com carga elétrica) de cloro. Bloqueando o receptor, a tuiona permite que as células cerebrais permaneçam excitadas, "disparando à vontade". Kann Hold, uma das autoras do estudo, publicou na revista "PNAS" (Proceedings of the National Academy of Sciences) de Abril de 2000 que "Exatamente como o absinto age, tem sido uma grande dúvida há muito tempo. Ninguém havia anteriormente descoberto qual receptor era afectado", acrescentando que antigamente havia uma teoria de que o absinto atingia o mesmo receptor que o THC, princípio ativo da cannabis. A nova pesquisa prova que não.

O trabalho tem mais do que interesse meramente histórico devido ao crescimento do uso de ervas medicinais. O óleo de Artemisia, que contém o componente tóxico tuiona, está presente em algumas preparações de ervas usadas no tratamento de doenças do estômago. Embora raros, acidentes por envenenamento com óleo de artemisia têm ocorrido nos últimos anos, resultando em convulsões e mesmo casos de falência do fígado. O licor de absinto ainda é produzido na Espanha e na República Tcheca, embora a União Européia limite a quantidade de tuiona em menos de dez partes por milhão. Antigamente, o absinto continha até 260 partes por milhão. No absinto moderno, o álcool, que compõe três quartos do licor, é de longe o componente tóxico mais importante."


Fonte - Absinto no Sapo ponto Pêtê

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